terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Dia Internacional da Pessoa com Deficiência


Dia 3 de Dezembro
O dia foi bem assinalado. Houve boas iniciativas. Sensibilizámos a comunidade escolar para esta dura realidade. Afinal somos todos iguais. As diferenças acidentais condicionam o desempenho pessoal com maior ou menor eficácia. Mas de facto somos todos iguais. A diferença distingue não restringe! Só aparentemente as diferenças nos tornam diferentes. Agora está na tua mão. Absolutizas a diferença? Ressalvas a pessoa?
Distribuíram-se pulseiras com uma pérola. A procura foi absoluta. Esgotou-se a nossa reserva.
A pérola é símbolo.
Sabes o que é uma pérola? É a diferença que a transforma. Uma ostra normal acolhe um intruso do qual se defende. Esta defesa gera a diferença. E que diferença? Repara: tu bates palmas. Tu vives na avidez duma pérola natural. De facto já pensaste que na sua origem está um facto anacrónico?
Pois bem na vida, na tua vida, dá-se o mesmo facto.
Valoriza a diferença.
A criança diferente precisa de ti. Não da tua caridade! Mas do teu interesse, do teu carinho, do teu amor, da tua dedicação, do teu olhar.
Mais. Neste mundo de correria, de tontices, de loucura, precisamos de acolher o essencial, abandonar o acessório. Agarra-te ao fundamental. Dá-lhe o teu coração. Viverás então uma nova aventura, despido de tantos preconceitos, porque uma só coisa é necessária: Amar!

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Biblioteca

"Sempre imaginei que o paraíso será uma espécie de biblioteca"
Jorge Luis Borges

terça-feira, 20 de novembro de 2007

A utilidade da leitura


Uma das coisas que mais me desgosta, no início de cada ano lectivo, é ouvir algum aluno afirmar, peremptoriamente (porque estes jovens adolescentes costumam, por norma, ter muitas certezas), que a literatura não é útil, “não serve para nada” e que, por isso, não gostam de ler. Lá lhes tento explicar que nem tudo na vida se resume a uma questão de utilidade. Que um livro não é um tractor ou um “passe-vite”, não é um objecto decorativo para as estantes, ou, como diz o outro, para colocar debaixo do pé da mesa. Enfim, que o livro vale pelo mundo que nos faz descobrir e que, por isso, a literatura, se tivermos a mente disponível, está em todo o lado.
Mas é difícil acabar com estes mitos. Podemos sempre alegar que há efectivamente livros úteis, mais técnicos porventura, livros de estudo. Mas parece-me que esse não é o caminho. O que importa verdadeiramente é salientar no livro a volúpia da descoberta, o encantamento que nos leva a querer devorar um livro até ao fim, página atrás de página, como as cerejas. É certo que há livros que não despertam em nós esse deslumbramento. Perfeitamente! É difícil agradar a gregos e a troianos! Mas, há, acima de tudo, que procurar o nosso livro-gémeo, aquele que nos entende, que nos decifra, que nos leva a procurar outros livros-irmãos. Como costumo pensar, é preciso dar uma oportunidade aos livros e eles recompensar-nos-ão pela vida fora.
E foi a propósito destas considerações que me veio à ideia a figura do “mestre”. Não do Alberto Caeiro, mas do “nosso mestre”, o professor Ferreira Soares. O seu enlevo sempre que fala de um livro preferido, o seu entusiasmo a declamar uma poesia do seu autor predilecto, enfim, o prazer de ler que conseguiu manter intacto dentro de si, ao longo dos anos, são a prova do que acabo de dizer. Sempre que lê em público, o venerando professor consegue provar-nos que ler poderá até não ser útil, no sentido mais imediato, redutor e pobre da palavra, mas é, claramente, um prazer intelectual. E, na vida, todos precisamos de pequenos prazeres.
Pudesse eu ter a “tuba canora” de Camões e lhe ditaria uma epopeia! Como não posso, limito-me, neste final de texto, a tentar imitar-lhe o estilo e roubar-lhe o ponto de exclamação!
- Professor Soares! Muito obrigada por existir e por ler!

Aurora Monteiro, Equipa da Biblioteca da AVECP

Foto: Momentos de leitura no âmbito da comemoração do Dia Internacional da Biblioteca Escolar

A minha primeira aula

Era muito pequenina! Naquela manhã fria, a minha mãe muito docemente foi acordar-me. Vestiu-me, deu-me o pequeno almoço… Pegou em mim. Levou-me com ela, cheia de ternura.
Lá fui.
Ainda um pouco a dormir, ouvi barulhos. Pareciam gritos! Mas não eram. Incitavam-me! Apenas crianças, como eu, bem despertas, que juntas faziam aquela enorme feira. Os pais sorriem!
Ao olhar para tudo isto, comecei a perceber o que me esperava – a Escola. Era o primeiro dia de aulas!
- O que é uma Escola, mãe? – perguntava. - Vou aprender muitas coisas? E estes meninos todos são meus amigos?
A minha mãe respondia-me para ser uma menina bonita, que tivesse calma, que esperasse… que eu iria descobrir tudo em pouco tempo.
Às oito e trinta, chegaram uns senhores que eu não conhecia. Falaram com os nossos pais.
Depois, levaram-nos para uma sala. Os pais e as mães foram-se embora. Não gostei nada desta parte. Estava habituada a estar sempre com a minha mãe!
Entrámos para a sala. Muito curiosas, olhávamos para aquelas coisas muito estranhas. Um daqueles senhores ficou connosco. Disse que era o nosso professor, que se chamava Fernando... Também nos perguntou o nome. Disse que éramos muito bonitas! Quis saber onde era a nossa casa, se éramos amigos e outras coisas.
Depois brincámos. Dentro da sala fizemos riscos, vimos muitas figurinhas e desenhos. Tinha passado muito tempo. No pátio da escola, corremos uns com os outros. Também jogámos e fizemos muitas brincadeiras. Assim nos fomos entretendo...
Na sala, já éramos amigas. Nas mesas por onde nos sentámos, os papéis, as tintas começaram a fazer parte da nossa vida. Às vezes a falta de jeito ou a brincadeira fazia do nosso espaço uma tela encantada. As nossas mãos entravam na bagunça e nem as roupas escapavam a toda esta algazarra. Sujámos tudo? Não! Pintámos tudo: a cara, as mãos, a roupa, as mesas... Felizes, chamávamos o senhor professor para ajudar à nossa confusão.

Assim foi o nosso primeiro dia de aulas. Partimos à descoberta de um mundo diferente. Até ali o sonho! O mundo dos afectos familiares cedia à nova organização social e educativa. Nós havíamos dado o primeiro passo. Novo mundo se nos abria. Acreditávamos inocentemente na amizade de quem nos rodeava.
Hoje, mais firmes no caminho percorrido, continuamos a desbravar na procura do homem novo que se foi alicerçando: a amizade, a brincadeira dos bancos da escola perdura e resiste ao tempo.

Isabel, 10.º G
Novembro/2007

Amigos !

O sonho dá o que a realidade nega. O Mundo, a vida, deu-me amigos... Nem o sonho mais perfeito mos daria!
No dia a dia, temos motivos de sobra para chorar, sofrer, sorrir, viver, lutar, desistir... mas nunca há motivos para esquecer um amigo!
Passa o tempo. Por vezes, não temos tempo para dedicar àqueles de quem gostamos. Depois, de um dia para outro, o tempo leva-os... e é tarde para trazê-los de novo.
Hoje fiz parar o tempo! Quero dizer àqueles a quem quero muito como os adoro e admiro…
Obrigada por ontem, hoje... que amanhã tenha tempo para dizer-vos que nunca esqueço os amigos!
O amigo é escolha, uma opção. Um tesouro sem preço, um gostar sem distância! É alguém presente no nosso caminho, nas horas de dúvida, de alegria, de sofrimento. Um amigo é grande demais para ser perdido, importante... para ser esquecido.
O amigo entende-me, dá-me a mão, adoça as minhas lágrimas. O amigo ouve-me! Um amigo é para sempre, mesmo que o sempre não exista.
Não é uma palavra: amigo é união. Lê nos olhos o que vai no coração. O amigo oferece o ombro, não pede explicações.
Ah! Chama-me louca, mas não me tira a razão.
Apesar de ferido, tem força: dá-me a mão!
Mostra a luz, quando à volta só há escuridão.
Não há palavras para descrever o amigo. Um amigo é simplesmente tudo!

Liliana, 10.º G
Novembro/2007

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

ACRÓSTICO


B iblioteca é para ler, estudar e ver filmes!
I r à biblioteca requisitar livros!
B iblioteca é para respeitar, e no sítio os livros colocar!
L er i escrever é o que devemos fazer!
I r à Biblioteca é muito divertido!
O s jogos também devemos experimentar!
T ambém nos computadores podemos investigar!
E starás pronto para ir à Biblioteca?
C oisas divertidas podemos fazer!
A ler e a estudar, tudo vais adorar!

Acróstico: s.m. – composição poética em que as letras iniciais,
médias ou finais dos versos formam nomes.

Ana Rita, Marta e Viviana: Turma T4 (4º ano) AVECP

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Ler é saber mais!


“Ler” é condição essencial para o desenvolvimento cultural do indivíduo. E também do colectivo! Foi campanha há alguns anos. Incentivou a leitura, fomentou a frequência das bibliotecas. E com bons resultados!
A Escola entrou na corrente. Remodelação total na Biblioteca: espaço mais amplo, maior comodidade, mais livros, melhores serviços. Objectivos conseguidos? Bem, fizeram-se progressos… mas não nos damos por satisfeitos!
As estatísticas dizem-nos que a Biblioteca começou a ser mais procurada e que os livros têm mais saída. Entretanto, num estudo comparado, constatamos que ainda não atingimos aqueles mínimos que nos reservariam um lugar ao sol no contexto europeu. Conclusão: temos de ler mais…
Cogitava estes pensamentos. Registava algumas anotações no silêncio laborioso da Biblioteca. Um sussurro desperta-me a curiosidade.
- Não pode ser! - esfrego os olhos para me convencer da realidade... O murmúrio vinha da prateleira dos livros de literatura.
Estaria a sonhar? Aproximei-me. O Malhadinhas conversava com Frei Joaquim:
- Ai, António! - lamentava-se o padre. - Que saudades daquelas caminhadas pela serra…Lembras-te daquela vez que enfrentamos cinco lobos? À côa! À côa! Muito berrámos naquela noite… Mas os lobos tiveram medo!
- O que nos livrou foi o chocalho do turíbulo de Arnas, que Vossa Paternidade levava para consertar. Se não fora isso, hoje já nem ossos nos restavam.
- Não digas isso, António. Deus estava do nosso lado. Que saudades desse tempo! Agora estamos esquecidos. Há quanto tempo não aparece aí um jovem curioso que nos leve a dar uma volta…
O diálogo continuou. Ainda ouvi o Ti Malhadinhas consolar o padre. Afirmava-lhe que agora mais jovens vinham à Biblioteca. Podia acontecer que algum lhes fizesse a surpresa desejada…
Deixei os dois personagens na esperança de serem incomodados. E fiz votos para que alguém os surpreendesse e os inquietasse. Afinal, livro parado é investimento perdido. Dêmos uso aos nossos livros. Leia-se! Aprendamos a saborear uma boa leitura para cultivarmos uma melhor comunicação.

J. Soares- Equipa da Biblioteca do AVE de Castelo de Paiva